Com clara e terrível percepção, avalio a nossa incipiente democracia, seus princípios, seus fundamentos, seu único postulado: É proibido proibir. Eis a máxima do regime democrático a brasileira. Tal enunciado, contempla plenamente interesses da grande mídia, tem ampla colhida das instituições e a defesa intransigente de artistas e da intelectualidade nacional. Os que não pensam dessa maneira, são ultrapassados.
Na esteira desse patrulhamento calam-se as poucas vozes da sensatez e prospera a avassaladora irresponsabilidade dos interesses comerciais. Refiro-me de modo especial aos meios de comunicação: Mídias sociais, jornais, rádios e em particular, a televisão, que na busca de conquistar telespectadores e consequentemente comerciais vulgariza os costumes, banalizam a violência, massificam a criminalidade, interferindo de modo indelével na formação da personalidade de nossas crianças e adolescentes. É uma irresponsabilidade fechar os olhos ante práticas tão danosas sobre o pretexto de que impor limites a abusos seja censura. A democracia não é um regime sem leis, o estado de direitos não dispensa, nem abdica de princípios e valores, a liberdade de expressão não pode tudo, inclusive oprimir, ofender, macular, destruir reputações e tudo mais.
A imprensa é imprescindível à democracia. A liberdade de expressão, instrumento de educação e orientação das massas, ambas, poderosas armas no controle de erros, abusos, e combate a corrupção, todavia, devem ser usadas com responsabilidade. Ao tempo em que inibem erros, são instrumentos de promoção ou destruição de pessoas. Sabemos constituir verdade para a sociedade o que a imprensa afirma ou noticia? Armas tão poderosas, só podem ser usadas no limite extremo da verdade e da responsabilidade. É preferível a imprensa QR que calunie a uma imprensa censurada defendem muitos, diria mesmo, a maioria. Bela frase de efeito para quem nunca foi vítima dessas impertinências. Eu digo, prefiro uma imprensa livre para informar na amplitude assegurada pela constituição, onde a liberdade de expressão seja um direito, que coexista com outros direitos. Um jornalismo crítico, alicerçado em dados e fontes confiáveis de modo a evitar desinformações, mentiras e injustiças causadoras de tragédias e sofrimentos. Os interesses econômicos, políticos ou avidez por notoriedade não podem suplantar o legítimo direito à dignidade do ser humano.
É o que penso, é o que defendo.
POR: DR. REMI TRINTA